BLONDE D’AQUITAINE


- AS ASSOCIAÇÕES

A Associação Nacional de Criadores “Herd-Book Collares” é a entidade responsável pelo registro genealógico da raça Blonde d’Aquitaine, no Brasil, de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A raça foi introduzida no país no ano de 1974, através do Estado do Rio Grande do Sul.

Além dos registros de Puros de Origem (PO), também são registrados os animais pertencentes às categorias Puros por Cruzamento (PC) – que também podem ser conhecidos pela denominação Puros Controlados – e Cruzamentos Sob Controle de Genealogia (CCG).

Associação Brasileira de Criadores de Blonde D’Aquitaine

A Associação Brasileira de Criadores de Blonde d’Aquitaine é a entidade promocional da raça. De conformidade com um convênio assinado entre o “Herd-Book Collares” e a ABCBA e de acordo com as normas brasileiras que regem o assunto, administradas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, coube à ABCBA a responsabilidade pela promoção da raça.

É ela que organiza exposições, feiras, leilões, dias de campo, marketing etc. É, também, a responsável pela indicação, seleção e treinamento dos inspetores técnicos que realizam os trabalhos de campo, bem como pela fiscalização do trabalho executado por aqueles profissionais.

A ABCBA tem sua sede social na cidade de São Paulo (SP), à rua Tabapuã, número 479 – conjunto 102 – 10º andar, no bairro Itaim-Bibi. O CEP é 04533-001 e os telefones são: (011) 30710712 e 31683903.

Selecionadas pela natureza através dos tempos, com citações milenares do princípio da era cristã, três raças da região sudoeste da França: Garonnaise, Quercy e Blonde des Pyrenees, fundiram-se em 1962, dando início à denominação da moderna raça BLONDE D’AQUITAINE.
Seus ancestrais eram escolhidos para o trabalho de tração animal, numa topografia com relevo bastante acidentado, de ralas vegetações, fracos e pedregosos solos, com diferenças térmicas variando entre – 10ºC até + 40ºC.
Nessas rústicas condições forjou-se a raça Blonde, herdando enorme resistência e desenvolvimento corporal, com massa muscular abundante, comprida e arredondada, características excepcionais para a pecuária de corte.  Dentre todas as raças especializadas na produção de carne, no mundo inteiro, a raça Blonde ocupa lugar de destaque.

Na Europa, é a de maior crescimento e desenvolvimento da atualidade.

No Brasil, conforme comprovam os dados oficiais de registro genealógico, divulgados pelo “Herd-Book Collares”, no ano de 2000 foi a raça registrada pela entidade que teve maior crescimento percentual do número de animais inscritos, em relação ao ano anterior, tendo atingido um acréscimo de 56,88%.

No ano de 2001 o número de animais registrados se manteve no mesmo patamar do ano anterior, evidenciando o alto interesse dos criadores brasileiros em relação à raça.

O 1º registro no Brasil ocorreu em 1974, somente 12 anos depois de a raça ter sido oficializada em seu país de origem, a França, com a inscrição do macho chamado Intelligent, importado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

O interesse pelo Blonde no Brasil tem sido tão surpreendente que, no começo de dezembro de 2002, já se encontram registrados, aproximadamente 11.500 animais PO, confirmando o enorme potencial de crescimento da raça.

- HISTÓRIA DA RAÇA

A raça foi criada em 1962, por uma mistura do Garonnais de Lot-et-Garonne e o Quercy de Tarn-et-Garonne, duas raças de carne e tração semelhantes. As quais possuíam os chifres voltados para baixo. Elas eram conhecidas como Garonnais de plane e Garonnais de Côteau, respectivamente em 1922, o Quercy, que tinha sangue Limousin, desde a virada do século, separou-se.

Existem documentos que evidenciam um considerável número de gado Garonnais vendido para a Inglaterra durante os séculos XIV e XV. Isto mostra que pode haver uma certa influência do Garonnais na grande raça South Devon.

O Garonnais era o tipo dominante no Herd-Book da raça Blonde d’Aquitaine, o qual também inclui algumas vacas Villard de Lans, uma raça mista de pelagem amarelada dos montes Vercors.

O Blonde d’Aquitaine também absorveu o Blonde dos Pirineus francês de Hautes-Pyrénées e Basses-Pyrénées, raça esta semelhante ao Blonde em pelagem e com mucosas róseas.

- PADRÃO RACIAL

Características Gerais

Raça de grande porte, portadora de poderosas massas musculares. Esqueleto forte e fino. Extraordinário rendimento de carcaça. É o protótipo do moderno bovino produtor de carne.

Características Zootécnicas

Cabeça - Forte, sólida. Perfil retilíneo ou levemente convexo devido à ocorrência de bossas frontais. Chanfro longo e espesso. Frontal amplo. Marrafa muito tipicamente saliente, provida de tufos de pelos.
Processos cornuais finos, curtos, de cor creme, podendo apresentar coloração mais escura nas extremidades; corte transversal elíptico. Espelho amplo, com pigmentação bege-alaranjada. Olhos vivos, brilhantes e bem distanciados.
Orelhas grandes, carnudas e movimentação horizontal ágil.

Pescoço - Longo e fortemente musculoso no macho.  Nas fêmeas, o pescoço é longo, porém fino, suave, delicado, sem projeção muscular.

Tronco - Caracteristicamente longo e cilíndrico, destituído de dilatação ventral. Linha raquidiana íntegra, sem qualquer espécie de desvio. Musculatura superficial em relevo, indicando pouca gordura de cobertura. Glúteo médio bem projetado. Eixo diretivo anterior normal, sem desvio para fora da articulação escápulo-umeral. Peito amplo e destituído de acúmulo de gordura. Inserção de cola alta e marcada, determinando a linha mediana entre protuberâncias isquiáticas bem separadas. As massas musculares são abundantes no posterior.

Aprumos - Membros anteriores e posteriores bem separados, indicando amplidão de peito e de quarto posterior. A linha de aprumo deve ser a mais correta possível, evitando problemas de locomoção e/ou cópula.

Cascos - Fortes, principalmente os dos membros posteriores. A pigmentação  deve ser alaranjada, não sendo permitidas estrias negras.

Pelagem - Cor de fromento característica, podendo variar para mais claro ou mais escuro. As extremidades dos membros, focinho, região peri-ocular e linha perineal mais claras. A vassoura da cauda mantém a cor do corpo. A presença de manchas brancas é permitida na região umbílico-escrotal para machos ou umbílico-mamária para as fêmeas. Em outras partes do corpo, as manchas brancas são sinais indicativos de miscigenações inter-raciais. Manchas pretas não são aceitas em nenhum caso. Eventualmente pode ocorrer o aparecimento atávico de animais oveiros, os quais não são aceitos a fim de registro.

Pelo - O corpo é coberto de pelo fino no verão, denso e farto no inverno. A tendência bioclimática natural, porém, é selecionar buscando um pelo fino e curto, o que é mais condizente com a climatologia brasileira.

Pele - A pele é fina, elástica e farta. Deve apresentar corrugações múltiplas, principalmente na região cervical lateral e nas axilas. A barbela é longa e farta (toalha) desde a região sub-mandibular à esternal.
Os quartos são cheios, com massas musculares sobressalentes que evidenciam um perfil algo convexo. Paleta firme e bem musculosa.

- CARACTERÍSTICA DA RAÇA

Raça de grande porte, portadora de poderosas massas musculares, esqueleto Forte e fino, e extraordinário rendimento de carcaça. É o protótipo do moderno bovino produtor de carne.

Pela própria origem de animal de tração, o Blonde tem uma ossatura fina, porém muito forte e correta que, aliada a um couro fino e leve, um pequeno volume abdominal em relação ao seu tamanho e o corpo muito comprido, justifica o altíssimo rendimento de carcaça, o maior segundo as últimas pesquisas feitas.

A raça ainda não atingiu uma uniformidade no tipo, entretanto dentre as raças com hipertrofia muscular, é uma das mais uniformes em tipo e transmitem esta característica à sua progênie com grande sucesso.

O Blonde d’Aquitaine é uma raça de corte moderna e, por isso, tem sido submetido aos mais rigorosos testes franceses e esquemas de avaliação, desde a sua formação, em 1961. A ênfase recai principalmente sobre um rápido crescimento, carne magra, alta proporção de carne em relação aos ossos e facilidade de parto.

Avaliações do desempenho indicam animais dóceis, capazes de produzir terneiros com bom ganho de peso no que se refere aos ventres, e igualmente boa taxa de conversão em confinamento.

Por ter sua origem nas regiões montanhosas dos Pirineus Franceses, em terrenos pedregosos e de pastagens pobres, a raça tem excelentes cascos e aprumos, além de uma rusticidade inerente, suportando assim variações de temperaturas.

No passado, o Blonde tinha uma função de animal de tração, origem esta que lhe confere uma carne magra e um corpo muito musculoso com excepcional rendimento de carcaça. Este elevado rendimento de carcaça se deve ao fato de que a raça apresenta uma ossatura fina, mas muito correta e forte, um couro leve e fino, pequeno volume de abdômen e um corpo comprido.

A pelagem é curta e de coloração clara, sendo por isso adequada às condições de climas quentes, como o Brasil Central, dificultando a infestação de ectoparasitas como bernes, moscas e carrapatos. A raça é usada em sistema extensivo no Brasil central, sendo usada em monta natural a regime de campo.

As vacas produzem leite suficiente para alimentar seu terneiro. As tetas são finas, não causando ao terneiro problemas para se alimentar. As crias nascem sem problema, não necessitando de ajuda, por este motivo, dentre as raças européias de grande porte é a que menos problemas de distocia apresenta. Estatísticas francesas afirmam que 98% dos partos acontecem sem problemas. O terneiro nasce longo e fino, somente desenvolvendo sua característica musculatura após algumas semanas.

A raça possui um dos mais elevados índices de ganho de peso, alta capacidade de conversão alimentar, carcaça de excelente conformação frigorífica, características estas de grande herdabilidade, sendo transmitida a seus descendentes, mesmo na primeira geração de seus cruzamentos.

Ganho de peso, e alto peso à desmama, rápido ganho de peso, consistentemente com alta performance em todos os testes, alta taxa de conversão de alimento em carne, menor custo por kg/ganho.

Corpo comprido, o mais comprido de todas as raças, carne macia e marmoreada, excepcionalmente musculoso, corpo cilíndrico com linha de dorso e abdômen paralelas, ossatura moderada, alta relação carne/osso, estrutura correta, raça de grande porte/peso.

Altíssimo rendimento de carcaça, com média de 62 a 66%, embora rendimentos acima de 70% não sejam incomuns em animais de raça pura.

Em 1994, eram 350.000 vacas registradas na França. A raça apresenta 66% de partos não assistidos e 28% de partos assistidos  69% das vacas parem pela primeira vez aos 32 a 40 meses e 14% das vacas parem com mais de 40 meses. 8% das vacas parem com mais de 10 anos e 3% parem com mais 12 anos. 72% das vacas apresentam intervalo entre partos com menos de 410 dias e 53% apresentam menos de 380 dias de intervalo.

A raça tem alto potencial para cruzamentos, tanto por sua boa conformação, como pela alta produção de carne magra e grande precocidade. Graças às suas qualidades produtivas, a raça se expandiu pelo mundo, principalmente em cruzamentos com vacas de raças zebuínas ou de origem anglo-saxônica. Um exemplo do uso do Blonde d'Aquitaine é a raça sintética em formação AQUITÂNICA, a qual tem 5/8 de sangue Blonde d'Aquitaine e 3/8 de sangue Caracu. Existe outro grupamento racial em formação, porém, este cruzamento tem em sua formação 5/8 de sangue Caracu e 3/8 de sangue Blonde d'Aquitaine.

Houve uma tentativa de registrar estes últimos animais com o nome de tropicana, porém o Ministério da Agricultura não permitiu, porque já havia o registro do grupamento AQUITÂNICA, quando houve a solicitação.

- SELEÇÃO GENÉTICA

Sendo uma raça moderna, foi favorecida pela tecnologia contemporânea, tendo sua difusão mundial respaldada pelos melhores e mais abrangentes Programas de Avaliação Genética de sua origem, a França, cujo modelo e parâmetros têm servido aos países que a utilizam, como o Brasil.

As rigorosas testagens estudam não só o indivíduo em questão, mas, principalmente, sua descendência, ou seja, a preponderância de suas qualidades transmitidas geneticamente.

Os animais provados da raça Blonde têm suas progênies avaliadas durante anos. Somente aqueles que superam as médias da raça após os testes, obtém autorização para comercialização.

Suas filhas são criteriosamente analisadas sob os aspectos maternais, através de índices tais como: peso aos 18 meses, morfologia, fertilidade, facilidade de parto e habilidade materna. As que superam o coeficiente 100 ao final das avaliações obtém o título de “Qualités Maternelles”.

Seus descendentes machos são testados pela capacidade de produção de carne, com índices avaliados enquanto vivos e após o abate, considerando: peso, desenvolvimento muscular, desenvolvimento esquelético, conformação e rendimento.

Os que forem aprovados com coeficiente superior a 100 são qualificados como “Aptitudes Bouchères”.

- PROVAS DE GANHO DE PESO

Unindo vantagens de média exigência alimentar à excepcional conversão de 5,3 a 6 quilos de matéria seca por quilo de ganho de peso, a raça vem se destacando em todas as provas em que participa.

Na mais recente, a 1ª Prova de Lages – SC realizada com apoio e aval do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, utilizando a metodologia da Estação Experimental de Sertãozinho, entre 89 tourinhos de 12 raças diferentes, pertencentes a 27 criadores, o Blonde foi o Grande Campeão.

Enquanto a média geral de todas as raças participantes foi de 1,679 Kg/dia de ganho de peso, a média da raça Blonde foi de 2,070 Kg/dia, conquistando o 1º lugar.

Na performance individual, a raça também fez o Campeão, que obteve o magnífico desempenho de 2,393 Kg de ganho diário.

As características testadas são de alta herdabilidade, sendo transferidas as seus descendentes.

- PRODUÇÃO DE CARNE

Destacando-se pelo elevado desenvolvimento de massa muscular, especializada para a produção de carne magra saudável, o Blonde d’Aquitaine apresenta sempre carcaças arredondadas e compridas, muito apreciadas pela indústria frigorífica.

Sua estrutura óssea forte, porém fina, confere um rendimento dos mais elevados entre todas as raças de corte.

As carcaças dos animais cruzados com zebuínos ultrapassam o rendimento de 58% e chegam a 70% no gado puro.