A Associação Nacional de
Criadores Herd-Book Collares (ANC), por meio do Programa de Melhoramento de
Bovinos de Carne (Promebo), lançou nesta segunda-feira (27/8), durante coletiva
de imprensa no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, o novo Índice Bioeconômico
de Carcaça (IBC). O indexador – desenvolvido em parceria com a Embrapa Pecuária
Sul – é a grande novidade dos Sumários de Touros 2018/2019, que serão lançados
também nesta segunda-feira durante evento às 18h no estande da ANC na feira. O
novo índice permite avaliação de desempenho dos reprodutores quanto à
capacidade de produzir descendentes com alta probabilidade de enquadramento em
programas de carne premium e, por consequência, maior remuneração pela
indústria frigorifica. Para isso, o programa deu início à avaliação de
descendentes puros e, em um futuro próximo, analisará animais meio-sangue. “É
uma mudança no conceito de melhoramento, com viés mais voltado para os ganhos
econômicos dentro e fora da porteira. Esses indexadores são o futuro da
pecuária nacional”, pontuou o presidente da ANC, Ignacio Tellechea. O projeto
terá início com animais Angus e Brangus, mas a meta é estender a ação a todas
as raças que têm seus rebanhos avaliados pelo Promebo.
O Índice Bioeconômico de
Carcaça foi desenvolvido por meio de um modelo estatístico que relaciona as
características de crescimento dos animais com suas medidas obtidas por
ultrassonografia in vivo e com os resultados de medições de seus
descendentes. Segundo o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso,
o índice representa o valor em reais (R$) agregado nas carcaças dos filhos de
um determinado reprodutor em relação a um touro médio da raça. Neste ano, 2,2
mil touros (entre animais adultos e jovens) tiveram avaliação de IBC tabulada
no Promebo e a tendência é que esse número aumente exponencialmente nos
próximos anos. “A grande vantagem é que o criador tem chance de escolher
genética taurina com foco em agregar valor aos terneiros”, salientou. Segundo
Cardoso, o touro líder em IBC do Sumário da ANC 2018/2019, por exemplo, tem
capacidade de gerar terneiros 6% mais valorizados do que a média.
A ideia é que o índice sirva
para embasar decisões de seleção do criador que busca produzir genética com foco
no mercado de carne premium e também auxiliar o produtor de terneiros que, por
meio de inseminação artificial, busca sêmen para obter rebanhos mais
carniceiros e de valor diferenciado. A coordenadora do Promebo, Fernanda Kuhl,
informa que o novo indexador não representa custo adicional aos criadores, mas
traz ganhos inestimáveis aos rebanhos. “É uma nova forma de ver a seleção de
bovinos de corte, com foco no mercado”, pontuou.
O índice funcionará da
seguinte forma: para um touro A com índice de R$ 60,00 se espera que as
carcaças de seus filhos tenham um valor agregado médio de R$ 60,00, quando
comparado à média dos rebanhos. Contudo, é importante que as comparações para
fins de acasalamento levem em conta as diferenças entre animais. Assim, se um
Touro B tem índice de R$ 20,00, as carcaças dos filhos do Touro A valerão em
média R$ 40,00 a mais que os filhos do touro B (R$60,00 - R$20,00 = R$40,00)
quando entregues ao frigorífico.
Foto: Carolina Jardine