Seleção avança e genética nacional ganha terreno

Com avanço da seleção de rebanhos taurinos no Brasil, o uso da genética nacional vem ganhando força e confirmando a plena capacidade de reprodutores de raças europeias para trabalho a campo em diferentes regiões. A posição foi defendida pelo presidente da Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares (ANC), Ignacio Tellechea, nesta quarta-feira (10/02) durante live promovida pelo Portal DBO. Nos últimos anos, mencionou o criador, a pecuária deu um salto de produtividade e isso advém da consolidação do cruzamento industrial e da qualidade que a máxima heterose resultante do cruzamento de taurinos e zebuínos trouxe para a qualidade de carne dos rebanhos do Brasil Central. “Estamos em um momento excelente para se investir em pecuária”, garantiu.

Tendência confirmada por recentes dados divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) que indicam elevação de 38,26% na venda de sêmen de gado de corte no Brasil em 2020. Responsável pelos registros de 36 raças bovinas e equinas, a ANC atua como um cartório especializado onde se pode buscar serviços tanto de controle de rebanhos quanto ferramentas de melhoramento genético por meio do Promebo. “Estamos abertos a receber os livros das raças e prestar serviços com alta qualidade e custo mais baixo do que aqueles prestados internamente nas entidades”, ponderou Tellechea.

A ANC prepara o lançamento de um novo sistema que oferecerá a selecionadores a geração de mapas individualizados que permitam um olhar exclusivo sobre os índices de seu próprio rebanho. No aplicativo, a ideia é que o criador conte com DEPs atualizadas em tempo real, o que deve trazer avanço consistente na seleção nas fazendas. “Sabemos que o que funciona em uma propriedade pode não funcionar tão bem assim em outra. A ideia é que cada produtor possa desenvolver seu próprio índice e gerar uma lista de indicadores diferente da relação geral da raça”, explicou.

Durante o encontro com a jornalista Vera Ondei, Tellechea ainda mencionou os avanços da genômica nos rebanhos registrados na ANC. Entre eles, citou a DEP para resistência ao carrapato que está sendo implementada pela raça Angus. Ações que se refletem diretamente na venda de animais. Na Rincon del Sarandy, propriedade de Tellechea localizada em Uruguaiana (RS), a oferta anual é de 250 touros Angus e Brangus, sendo que 80% deles são vendidos para fora do Rio Grande do Sul. “Temos visto alto índice de recompra, o que mostra que conseguimos produzir reprodutores de raças europeias capazes de cobrir a campo”. Além da seleção de touros superiores e adaptados ao clima Tropical do Brasil, Tellechea citou que o sucesso do cruzamento depende também da seleção dos rebanhos de origem (majoritariamente vacas zebuínas) e do manejo adotado na propriedade.

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